Serão pelo menos 15 dias de reclusão. Tempo de sobra para conversar, passar um tempo de qualidade com a esposa, brincar com os filhos, trabalhar… tudo em casa. Se a nossa liberdade está restrita, teremos de ser mais criativos com o nosso tempo ocioso. E por que não tentarmos aprender algo novo? Você lembra a última vez que aprendeu alguma coisa?
Não estou falando de um software novo que vai te ajudar imediatamente no trabalho. Nem da leitura de um novo best seller com todas as tendências da sua área de atuação. Esse aprendizado estão enraizados no nosso dia a dia e já consomem parte do nosso tempo de formação profissional – ou pelo menos deveriam. Estou falando de algo que você aprendeu para você, por você sempre ter sonhado querer fazer aquilo… você lembra qual foi a última coisa que você aprendeu?
Eu fui buscar na minha memória porque estava com dificuldade de lembrar. Tive de pensar por alguns muitos minutos até chegar a minha resposta: cozinhar. E lá se vão alguns 13 anos pelo menos, eu ainda nem era casado com a minha esposa, minhas filhas nem nascidas eram. Depois disso, todos os meus aprendizados tinham um fim profissional.
Nesses 13 anos que se passaram, em muitos deles, fiz aquela lista de coisas a se fazer e aprender no ano novo – acredito que muitos de vocês façam também. E encontrei algumas durante a limpeza de papéis de gavetas e armários desses tempos de reclusão. Olhem o que tinha nas listas: aprender a surfar, tocar violão, estudar mais um idioma, fazer uma segunda faculdade e muitas outras coisas mais. Sabem quantas eu fiz? Nenhuma.
Por quê? Falta de tempo? De dinheiro? Esquecimento? Outras prioridades surgiram? O motivo pouco importa, mas a verdade é que esses planos foram deixados de lado. Mas um deles eu resolvi retomar durante a quarentena: Aprender a editar vídeos.
Eu sempre fui apaixonado por audiovisual e por música. Filmes, séries, programas esportivos, de culinária, shows… sempre estiveram na minha televisão. Eu sempre admirei quem conseguia ter a sensibilidade de escolher a imagem certa e a trilha certa para conduzir uma narrativa e emocionar.
Como produtor e editor, há mais de 10 anos, entrar na ilha de edição ao lado do editor de imagem era ver a obra ganhando cara. Era ver cada pedaço do que você construiu ganhando forma, cor, vida… O interesse era instantâneo, tanto que sempre perguntava aos meus amigos editores sobre efeitos que usavam e como conseguiam fazer uma imagem ficar ainda mais bonita ali na ilha.
Nesses primeiros dias de reclusão, resolvi começar a mexer com frequência no Adobe Premiere. Já conheço um pouco a ferramenta, até já editei alguns poucos vídeos – inclusive um corporativo – mas nada que exigisse uma técnica tão apurada. Agora eu quero avançar.
Na era da multi-função no audiovisual, você dominar todas as áreas de atuação é fundamental. Saber produzir, filmar, editar, cortar, fazer correção de cor. Quanto mais completo você for, mais fácil – e barato – ficará a realização do seu projeto. Claro que nesse primeiro momento não chegarei a expertise, mas estou me dando o empurrão inicial. Um pouco a cada dia.
Mas o motivo para aprender o Adobe Premiere, além de possivelmente me ajudar lá na frente no trabalho, é para realizar o sonho da minha filha mais velha Olívia: ter um canal no youtube.
Olívia tem 7 anos e desde os 5 me pede para ter um canal no youtube para ela contar histórias e ensinar jogos e a fazer objetos, peças e bijuterias para crianças da idade dela. Eu sempre posterguei por não saber editar. Agora chegou a hora.
E você, o que tá tentando aprender nesses períodos de reclusão? Qual aquele sonho que você tem guardado lá no fundo do seu armário que você pode tira-lo e realiza-lo nesse período? Já pensou? Então, coloque ele em prática. Você vai ver como o seu tempo vai passar mais rápido e produtivo nesses dias de tantas incertezas e dor.