O noticiário avisava: acabou a quarentena! Todos somos livres e a vida está de volta ao normal!

Depois de 431 dias de isolamento, o que seria o normal? E ser livre? A falta que eu sentia de sair de casa no início da quarentena, já nem lembrava mais!

Mas ao mesmo tempo eram tantas saudades: sol, mar, vento cortando o rosto durante uma corrida no calçadão, um bom show de rock, cinema, teatro, museu… 

Decidi deixar minhas filhas resolverem o que faríamos primeiro. O destino era segredo guardado a sete chaves. Elas eram o GPS humano em meio ao mundo de tecnologias que passamos a adotar naqueles dias.

Quando chegamos, eu vi que a escolha delas havia sido perfeita. A porta abriu, meus pais apareceram e nossos olhos se encheram de lágrimas. Um abraço coletivo apertado, um sorriso largo e a certeza de que tudo havia voltado ao normal!