A vida estava estranha. Parada. Sem vida.
Os relacionamentos eram como o topo do Himalaia no mais terrível dos invernos
Queria novamente abrir sua paleta de cores
Saiu
Cada passo adiante, uma tentação
Ainda na calçada foi seduzido pelo tímido sorriso vermelho da jovem estonteante de saia curta e decote farto.
Mas, o sinal de alerta veio com a tempestade nos olhos castanhos do idoso lendo o obituário do jornal de ontem
Pensou em confortar, mas lembrou do ainda fundamental distanciamento social
seguiu
a passos frouxos. Sem rumo. Procurando respostas.
O azul do céu tentou clarear suas ideias.
Brincou de decifrar desenhos em nuvens por alguns minutos
tempo que coelho levou para tapar o sol
A escuridão que se formou, realçou o amarelo dos faróis em busca da esperança para seguir.
Seguiu.
Procurando respostas para sua vida vazia.
Para a solidão que tomara conta de si.
Seu universo sem cores. Fosco.
Adiante, uma loja de materiais de construção.
No balcão, tomou a decisão.
“Um galão de 1600 desse aqui, por favor!”
Finalmente ele teve alguma certeza em meio a tempos nebulosos
Era isso que precisava.
Uma mudança.
Abriu o galão.
Pegou o pincel
e pintou cada centímetro de sua casa
de cinza.